O Voleibol nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: Promovendo o Desenvolvimento Integral dos Alunos
O Voleibol, enquanto esporte coletivo, desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das crianças e adolescentes, proporcionando estímulos para o aprimoramento de suas habilidades psicomotoras. Além disso, ele cria oportunidades para vivências enriquecedoras no contexto escolar, contribuindo para a formação da imagem corporal dos estudantes. Dentro da disciplina de Educação Física, todos os movimentos corporais podem ser abordados pedagogicamente, sendo os esportes e jogos coletivos ferramentas valiosas para esse propósito.
De acordo com Campos (2006), o voleibol é um conteúdo versátil dentro da Educação Física, pois oferece diversas atividades que podem ser exploradas. No entanto, é importante ressaltar que também é uma modalidade esportiva com foco na competição. Portanto, cabe ao professor avaliar cuidadosamente como introduzir o esporte no ambiente escolar, garantindo que ele não prejudique o bem-estar dos alunos.
No contexto da Educação Física escolar, o voleibol é apresentado com o objetivo de promover a cultura corporal do movimento. A abordagem para os alunos deve ser inclusiva, assegurando que todos tenham a oportunidade de participar das atividades. Os fundamentos básicos desse esporte devem ser ensinados de forma a permitir o desenvolvimento de todos os estudantes. Nesse sentido, o professor desempenha um papel fundamental como educador, criando situações que promovam a formação integral dos alunos, como destacado por Campos (2006).
Betti (1999 apud BARROSO; DARIDO, 2010) enfatiza a importância de uma Educação Física voltada para a cidadania. Ele salienta que, mesmo que a Educação Física esteja prevista na legislação como componente escolar, isso não garante que todos os alunos terão acesso ao seu conteúdo. A eficácia da Educação Física dependerá do compromisso do professor em proporcionar uma experiência rica em conhecimento nessa área, evitando que ela seja destinada apenas a alguns estudantes ou que tenha um conteúdo limitado, o que impediria a conquista da cidadania por meio dela.
No passado, a Educação Física era predominantemente esportista, priorizando os alunos que conseguiam executar corretamente as técnicas das modalidades esportivas conforme determinadas pelos professores. A técnica esportiva, com movimentos padronizados, era vista como a única forma aceitável de realizar os movimentos. Isso também se aplicava ao voleibol, que, nas primeiras décadas após seu surgimento em 1895, enfatizava os fundamentos de saque por baixo e toque. O fundamento manchete só foi introduzido na década de 60 pela escola asiática, como resposta ao movimento da cortada, que havia sido criado pela escola do Leste Europeu (União Soviética, Polônia, Tchecoslováquia) (BIZZOCCHI, 2004).
Conforme apontado por Nascimento (2007), os esportes coletivos são divididos em três etapas de desenvolvimento: iniciação esportiva I, iniciação esportiva II e iniciação esportiva III. Nos anos iniciais do ensino fundamental, que compreendem a 1ª à 4ª série, a ênfase deve ser na iniciação esportiva I. Nesse estágio, as crianças devem participar de atividades esportivas de forma lúdica, participativa e divertida, visando estimular o pensamento tático. É crucial que todos os alunos tenham a oportunidade de participar, pois isso contribui para a assimilação dos princípios educativos dos jogos e brincadeiras, promovendo um processo de ensino-aprendizagem positivo. Competições nessa fase devem ser evitadas, já que os alunos ainda não possuem maturidade para atividades que exijam movimentos perfeitos e táticas avançadas.
REFERÊNCIAS
BARROSO, A.L.R. & DARIDO, S.C. Voleibol Escolar: uma proposta de ensino nas dimensões conceitual, procedimental e atitudinal do conteúdo. Rev. bras. Educ. Fís. Esport., São Paulo, v.24, n.2, p.179-94, abr./jun. 2010.
CAMPOS, L.A.S. Voleibol “da” escola. Jundiaí: Fontoura, 2006.
NASCIMENTO, A. N. A Prática Esportiva do Voleibol e suas Possíveis Mudanças de Comportamento em Alunos da Escola Pública no Projeto 2º Tempo. Maceió. 2007.
